Banco de Alimentos de Embu é vencedor do Prêmio Josué de Castro

Por | 6/04/2019

O Banco Municipal de Alimentos de Embu é um dos vencedores do Prêmio Josué de Castro de Boas Práticas em Gestão de Projetos de Segurança Alimentar e Nutricional, instituído este ano pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). 

O programa criado em 2002 pelo atual governo municipal de Embu das Artes destacou-se na categoria de Práticas de Bancos de Alimentos. Dentre 79 trabalhos inscritos de todo o Brasil, 20 foram selecionados internamente pelo MDS que os encaminhou para uma comissão externa de especialistas na área de políticas sociais e de segurança alimentar e nutricional. O Banco de Alimentos de Embu sagrou-se vencedor ao lado do seu congênere de Contagem (MG).

De 2003 a 2007, o Banco de Alimentos embuense teve um crescimento médio de 78 toneladas/ano em sua capacidade de captação e distribuição. Além disso, a também crescente contrapartida da Prefeitura, feita através da compra de gêneros não-perecíveis básicos (como arroz e feijão), ampliou sensivelmente o número de pessoas beneficiadas semanalmente, que passou de duas mil em 2003 para 10.378 em 2008. Segundo a nutricionista Cristina Assef Sallit Tonolli, coordenadora do programa, a abrangência do Banco de Alimentos de Embu sem dúvida nenhuma foi um dos principais fatores que contribuiu para a vitória no prêmio. Além disso, a sustentabilidade do projeto, a prestação de contas e o controle social, feito por exemplo através do COMSEA (Conselho Municipal de Segurança Alimentar), têm papel importante.

As parcerias revigoraram ainda mais o Banco de Alimentos de Embu. Foi através de convênios firmados entre a Prefeitura de Embu e o MDS que o banco passou por uma importante modernização, novos equipamentos foram adquiridos e funcionários, capacitados. “Sem a participação do governo federal não seria possível esse trabalho”, avaliou Cristina.

Josué de Castro - A primeira edição do Prêmio ocorre em 2008, ano do centenário de nascimento de Josué de Castro. Nascido em 5 de setembro de 1908, em Pernambuco, ele foi médico, sociólogo, escritor, geógrafo e pioneiro no estudo da fome. Escreveu quase 30 livros e mais de 350 artigos, ensaios e conferências traduzidos em 25 idiomas. Foi indicado três vezes para o Prêmio Nobel. Os livros, os cargos ocupados e os prêmios recebidos o projetaram internacionalmente.

Seus pensamentos e obras são importantes referências da atual política de segurança alimentar e nutricional. Josué dizia que não adiantava apenas produzir os alimentos, mas era necessário que os produtos pudessem ser comprados e consumidos pela população mais pobre. Ele morreu aos 65 anos, em 1973, em Paris, na França.