Plenária de João Paulo trata sobre eleição e a Ação Penal 470

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Por | 27/11/2012

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) reuniu quase duas mil pessoas na sexta-feira, 23, numa plenária em Osasco, para tratar das eleições 2012 e a Ação Penal 470. O deputado estadual Geraldo Cruz (PT) participou do evento ao lado de dezenas de dezenas de lideranças políticas do Partido dos Trabalhadores, entre as quais se destacam o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado federal José Genoino, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, vários prefeitos e vereadores eleitos também marcaram presença na plenária.

Os participantes avaliaram que a atuação do partido foi positiva na eleição municipal de outubro. Anteciparam que a vitória de Haddad na prefeitura de São Paulo fortalece ainda mais o PT na disputa pelo governo do estado em 2014, assim como consolida o projeto nacional. A avaliação em torno dos rumos da Ação Penal 470 concluiu que o PT sofreu violentos ataques de setores conservadores da sociedade contrários às mudanças promovidas pelos governos Lula e Dilma no país, que possibilitaram a inclusão social e o crescimento da economia.

“A campanha que fazem contra o PT, que não é de agora, mas desde o nascimento do partido, é tão sistemática, tão pesada, tão fora de propósito que uma parte grande do povo começou a perceber que há algo de errado. Padre Vieira dizia que tudo que é muito forte causa efeito contrário. Às vezes as coisas são tão fortes que o tempo vai passando e as pessoas percebem que há algo de exagerado”, disse João Paulo.

Ele justificou o silêncio que adotou desde o final de agosto quando o Supremo Tribunal Federal o condenou na Ação 470, popularmente denominada de mensalão. João Paulo afirmou que silenciou por opção, para evitar falas ou decisões precitadas e retomar a serenidade. Lembrando a sua trajetória marcada pelo trabalho e as lutas em favor de uma sociedade mais justa e democrática, o deputado falou da dor que sentiu ao ser taxado de corrupto.

“Desde pequeno, fiz uma opção de vida onde a riqueza e a busca pela fortuna não me moveriam. Eu fui trabalhar em fábrica. Podia ter feito uma opção de carreira dentro da fábrica, talvez ser diretor, gerente... Não, eu fiz a opção de ficar do lado dos trabalhadores. Muitas coisas me ajudaram, muitas pessoas me ajudaram, mas há uma pessoa que é emblemática, que há dois mil anos fala de Justiça. Quando eu descobri que Jesus Cristo era muito mais do que um líder religioso, que ele era alguém que podia orientar a vida, eu fiquei mais forte”, contou emocionado.

João Paulo admitiu que seja qual for a sentença do STF, vai cumprir a pena, mas que não vai ficar quieto. “Eu posso, daqui algum tempo, ter um destino ruim. Não tem problema. Eu passei alguns meses colocando minha cabeça no lugar. Vou cumprir aquilo que a lei definir. Mas eu não vou me acomodar com uma decisão que pode ser injusta. Eu posso ser juridicamente condenado, mas pela Justiça eu sou absolvido. Porque eu sou inocente, eu sei o que eu fiz e o que eu deixei de fazer”, afirmou.

Para o deputado estadual Geraldo Cruz o processo de análise e manifestação dos membros do Supremo Tribunal Federal sobre a Ação Penal Nº 470 será um prato cheio para os futuros estudantes e pesquisadores do Brasil e de outros países. Ele defende que o julgamento se transformou num espetáculo midiático, agendado para acontecer às vésperas da eleição municipal visando atender os interesses da elite conservadora interessada em promover vingança contra o partido do presidente Lula, que a despeito de todas as investidas da mídia deixou o governo federal com a maior popularidade já registrada no País.

“As condenações de maior destaque, não por acaso, foram de pessoas muito próximas ao ex-presidente Lula. É claro que a elite brasileira, por seu ressentimento de classe, sentiu um prazer mórbido em ver humilhadas e destroçadas moralmente figuras importantes do governo que promoveu a inclusão social de milhares de miseráveis, notadamente nordestinos, que agora até podem comemorar o ingresso de seus filhos no ensino superior. Foi a vingança. José Dirceu, Genoíno e João Paulo Cunha, entre outros, pagaram o preço por terem ousado construir um partido político que convenceu os pobres de que a riqueza do País também lhes pertence, e que a elite não pode mais privatizar o bem público, como historicamente faz”, disse o deputado Geraldo Cruz.

Ele conclui que a despeito de toda a orquestração o circo armado não convenceu a população de que todos os petistas são corruptos. Geraldo Cruz lembra que a chegada do PT à Presidência da República vem transformando o Brasil num país mais democrático e socialmente justo.

Na plenária promovida por João Paulo em Osasco José Dirceu pediu que os participantes não confundam a tranquilidade, segurança, capacidade de resistir e de enfrentar a prisão, caso seja preciso, com fraqueza. “Estamos indignados, revoltados com tudo o que foi feito contra nós. Muitas vezes, se pode deduzir que aceitamos o que aconteceu. Não aceitamos. Estamos revoltados, indignados e somos vítimas de um julgamento injusto”, afirmou o ex-ministro José Dirceu, também condenado pelo STF na Ação 470.