Letras e Livros

O projeto cujo lema é um misto de desafio e encantamento por promover a inclusão social pela educação colhe mais frutos. Seguindo o firme propósito de “nenhum a menos”, o Letras e Livros segue plantando o domínio da leitura e escrita em crianças de 2ª a 4ª séries, da rede municipal de Educação de Embu das Artes, com dificuldade de aprendizagem.

Embu é referência na aplicação do Letras e Livros que completará quatro anos com bons resultados. De acordo com relatório da Secretaria Municipal de Educação, em março de 2004 ingressaram 250 alunos de 4ª série com leitura restrita a imagens. Já em novembro daquele ano, apenas 57 crianças permaneciam nesse estágio, chamado de nível 1, o mais baixo numa escala de cinco níveis de leitura e escrita. No mesmo período, a evolução dos estudantes de 2ª série foi bastante considerável: de 310 crianças que iniciaram as atividades lendo apenas imagens e desconhecendo o alfabeto, 220 delas chegaram ao final de 2004 já qualificadas como leitores competentes no seu grau escolar. Implantado pela atual administração municipal, o projeto nasceu na Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP). Foi idealizado pela professora doutora e ex-docente da USP Heloysa Dantas, atual assessora do projeto.

O atendimento iniciado em 2002 a 514 crianças somente de 4ª série foi ampliado e atualmente beneficia cerca de 1.600 alunos nas 17 escolas de Ensino Fundamental da rede educacional do município da Grande São Paulo. Diego Lucas de 11 anos é um deles. Estudante da 4ª série da Escola Municipal Mauro Ferreira da Silva – que mantém 120 estudantes no Letras e Livros – ele ingressou no projeto em 2004. A atividade “melhora a escrita, a leitura... Gosto de ficar lendo. Quando pego um livro vou lendo, aprendendo. O livro me chamou mais atenção. Antes, eu ficava mais com o Dodô (um amigo), andando de bicicleta pelo Embu”, diz o menino com timidez.

Além de combater a evasão escolar e resgatar a auto-estima do educando, o Letras e Livros leva a relação professor-aluno à dimensão da pedagogia afetiva. “O projeto é positivo para a rede toda porque o professor tem um olhar diferenciado sobre a criança. É um momento individual do professor com o aluno. As crianças precisam de carinho, atenção e o olhar deles sensibiliza a todos”, explica a educadora Ana Bernadete de Oliveira, uma das pioneiras a abraçar a iniciativa da prefeitura. 

Detahes do projeto 
• Acompanhamento de cada aluno em suas necessidades de aprendizagem
• Atende crianças de 2ª, 3ª e 4ª séries, com dificuldades de aprendizado
• Cuidado individualizado reflete nos índices de aprovação 
• Esse projeto recebeu o Prêmio Além das Letras - Formação Continuada nos Municípios (UNESCO)
• Iniciamos o projeto em 2002, atendendo 514 crianças apenas da 4ª série.
• Em 2004, o projeto já atende alunos da 2ª, 3ª, e 4ª , triplicando o atendimento para 1500 alunos.